Uma pequena homenagem partida do centro do meu coração

Nos caminhos da vida, já me deparei com pessoas e coisas que passaram logo, mas, por outro lado, houve coisas que permaneceram até hoje. Assim foi com o Colégio Municipal Rubem carneiro da Silva, que se agarrou a mim e eu a ele. E, depois de três anos que tive que sair de lá, ele ainda não “saiu de mim”.

No início, (logo que cheguei lá, em 2007, eu tinha nove anos e fui para a 6ª série) achei que seria difícil me adaptar à nova escola. Porém, ao ver que os professores davam as aulas com toque de magia, percebi que ali havia tesouros à minha espera.

Eu não era o tipo de aluna que participava ativamente das aulas (isso eu adquiri com o tempo), mas guardava tudo na mente e no coração. Muito tímida, ficava sempre no meu cantinho e quase não falava. Mas as coisas mudam. E no meu último ano lá, em 2009, na 8ª série, comecei a dar opinião sobre quase tudo. Apaixonei-me pelo mundo das histórias e permaneço “perdida” nele até hoje, buscando uma forma de me encontrar sem sair dele.

Guardo cada ensinamento que recebi de lá como quem guarda uma pedra preciosa. Isso ajudou a formar minha personalidade e continua ajudando, por eu se ruma criatura em construção.

Lembro-me de cada professor que me acompanhou nos meus três anos mágicos que lá passei: Idália, Mary Luzia, Jucilene Freitas, Alice, Marcelo, Sara, Miss Lene, Itajair, Wellington, Elma, Claudio, Aidê, Mello, Roselene, Jorlândia, Rosineide e Arilma. Acho que lembrei de todo mundo, se esqueci de alguém pode puxar minha orelha nos comentários... Sem contar com a direção, coordenação e os demais funcionários. Cada um de vocês plantou uma sementinha que ainda hoje cresce em mim. Muitos passaram comigo alguns dias, outros me acompanharam rodo meu tempo lá, há aqueles que permanecem meus amigos, e, infelizmente, aqueles que nunca mais tive notícias.

Os puxões de orelha e a companhia de Idália, os seminários de Alice, o divertimento e os ensinamentos de Marcelo, as histórias encantadas de Jucilene, as caminhadas de Sara, o carinho de Mary Luzia, os cálculos de Itajair e Claudio, as aulas de Rosineide e Arilma... Tudo isso ficou marcado e estampado em mim. Ensinaram-me, tocaram na minha razão, na minha emoção, no meu jeito de olhar as coisas e de sentir o mundo.

Confesso que não gostava de produzir poemas, eu não me dava bem com os versos, mas aos poucos eu fui aprendendo a deixar as palavras tomar conta de mim e de repente um poema salta da minha mão para o papel. E a semente poética que ganhei veio do Rubem.

Tenho uma dívida enorme com esse colégio, foi nele que aprendi o valor da boa leitura e a importância de sonhar, imaginar... Os projetos me ajudaram a despertar para o mundo real e o das fantasias...

Eu só tenho a agradecer a cada um que faz parte dessa rede escolar e quero que saibam que não foi a toa que entraram em minha vida.

Pode passar o tempo que for, mas o coração da menininha de nove anos que aí chegou, sentirá saudades e pedirá para ir visitar sempre vocês, mesmo que eu incomode de vez em quando... É esse coração de menininha que sonha com o dia em que os profissionais da educação serão devidamente valorizados.

E, hoje, quero falar algo que talvez nem todos tenha ouvido (porque, apesar de eu ter perdido muito da minha vergonha, há aquela partezinha que continua tímida): “Com vocês passei muitos dos meus melhores momentos. Muitíssimo obrigada por tudo!”

Por Daniela Lima